25/02/2011

A ARQUEOLOGIA BÍBLICA NOS ÚLTIMOS ANOS DEIXA ATEUS SEM PALAVRAS

Massada
Maioria das mais importantes descobertas arqueológicas relacionadas aos relatos das Sagradas Escrituras ocorrem nos últimos 70 anos.
No final do ano passado, próximo ao Natal, uma equipe de arqueólogos divulgou ter encontrado ruínas de uma residência na cidade de Nazaré, no norte de Israel, datada da época de Jesus. O mês passado, foi a vez de outro grupo de arqueólogos anunciar a descoberta de uma rua de mais de 1,5 mil anos, utilizada por peregrinos cristãos, na cidade velha de Jerusalém. Tratam-se de duas grandes descobertas, em um período curto de tempo, que estão relacionadas ao relato histórico da Bíblia Sagrada ou à história da Igreja.
Mas, esses acontecimentos recentes são apenas uma pequena amostra da efervescência da Arqueologia

22/02/2011

SODOMA E GOMORRA

Lot, o sobrinho de Abraão, deixou o patriarca para ir instalar-se em Sodoma. Esta cidade fazia parte de um conjunto de cinco metrópoles em que a decência moral era de tal ordem que foram destruídas pelo fogo diante dos olhos de Abraão, que se encontrava nas colinas de Hebron (Gén. 19). Há já muito tempo que os especialistas tentavam localizar Sodoma, Gomorra e as outras três “cidades da planície”. A tradição situava-se no extremo Sul do Mar Morto. Embora a superfície desta região fosse insuficiente para cinco cidades com os campos necessários à sua subsistência, esta tradição só foi posta em causa muito recentemente.
Mergulhadores tentaram examinar o fundo do Mar Morto. Por causa da forte densidade da água, tiveram que utilizar pesos suplementares nos seus fatos de mergulho. O único resultado que conseguiram foi ficarem com o equipamento estrado devido à água salgada. Não encontraram nada.
As cinco cidades.
Bab Edh-Dhra
Nos anos 60 e 70, foram realizadas escavações perto de Bab Edh-

18/02/2011

OS SACRIFÍCIOS DE CRIANÇAS

Altar em Petra. Pode ver-se o lugar
onde era depositado o
coração da vítima.
O relato de Génesis 25, em que Abraão recebe a ordem de sacrificar o seu filho sobre a montanha, é uma história impressionante, que salienta a sua fidelidade a Deus e a sua confiança na libertação. Mas, ao mesmo tempo, esta história perturba. Como é que Deus podia pedir a alguém que matasse o seu próprio filho, sobretudo depois das promessas que lhe tinha feito a respeito desse mesmo filho? Hoje, sabemos que o sacrifício de crianças era uma prática corrente entre os cananeus, no meio dos quais vivia Abraão. Menções mais tardias de sacrifícios de crianças no seio da colónia cananita (fenícia) de Cartago (Norte de África) revelam que esta cerimónia se realizava sobretudo de noite, acompanhada de música que devia cobrir os gritos de dor das crianças. Os bebés eram primeiro mortos, depois lançados nos braços de bronze do deus Baal Hamon, onde um fogo devorador os esperava. Estes sacrifícios praticavam-se apenas em caso de problemas graves,

17/02/2011

ALGUNS PAPIROS E A SUA IMPORTANCIA

 Papirologia (do grego πάπυρος, papyros, e λόγος, logos) é o estudo dos antigos papiros, principalmente de origens egípcia, grega e romana, que eram fabricados a partir da extração da polpa da planta do papiro, onde os escritos eram feitos com tinta e cálamo, feito de junco. Os papiros se deterioram rapidamente e os últimos que chegaram até a época atual datam do século X.


O Papiro de Turim, fragmentos de um antigo mapa de egípcio. Os papiros são os documentos mais antigos e as mais importantes provas da antiguidade e originalidade de um texto.
Quando foi descoberto pelo explorador italiano Bernardino Drovetti em 1822, nas proximidades de Luxor, parece que estava quase íntegro, mas quando o rei da Sardenha o doou à coleção do Museu Egípcio de Turim já estava muito deteriorado.
A importância de este papiro foi reconhecida de imediato pelo egiptólogo francês Jean-François Champollion, e posteriormente por Gustavus Seyffarth, empenhando-se na sua reconstrução e restauração. Embora se conseguisse ordenar a maior parte dos fragmentos na posição correcta, a diligente intervenção destes dois homens também chegou tarde, já que muitos pedaços deste importante papiro se tinham perdido.
Não sabemos que fontes utilizou o escriba para organizar a lista, se a copiou simplesmente de um papiro já existente, ou a compôs tendo acesso aos arquivos dos templos, compilando a lista utilizando antigas notas de impostos, decretos e documentos; a primeira possibilidade parece mais provável e implicaria que a Lista Real de Turim é realmente um documento de extraordinário valor histórico.

O Papyrus P52 da Biblioteca de Rylands, conhecido como o fragmento de São João, é um fragmento de papiro exposto na Biblioteca de John Rylands, Manchester, Reino Unido.
Escrito em Grego, o papiro contém parte do Evangelho segundo João, sendo que na frente contém partes do capítulo 18 e versículos 31-33, e no verso, os versículos 37-38.








Papiro de Rhind é um documento egípcio de cerca de 1650 a.C., onde um escriba de nome Ahmes detalha a solução de 85 problemas de aritmética, frações, cálculo de áreas, volumes, progressões, repartições proporcionais, regra de três simples, equações lineares,trigonometria básica e geometria. É um dos mais famosos antigos documentos matemáticos que chegaram aos dias de hoje, juntamente com o Papiro de Moscou.
Uma parte do papiro Rhind. Depositado no Museu Britânico, Londres.


Manuscrito: Um manuscrito, do latim manu= mãos e scriptus=escrever[1], é um documento escrito ou copiado à mão sobre um suporte físico (p. ex., pergaminho ou papel) utilizando um instrumento (pena, cálamo, lápis, caneta, esferográfica, etc.) e um meio (tinta).
O manuscrito não deve ser confundido com outras formas de escrita, como o dactiloscrito, isto é, um documento escrito ou copiado através da utilização de uma máquina de escrever.
O termo manuscrito também é usado para o texto original de um autor (escritor, poeta, ensaísta etc.), em oposição ao texto revisto ou editado posteriormente por outras pessoas que não o autor.
Quando escrito pela mão do autor o manuscrito designa-se por manuscrito autógrafo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papiro_de_Turim

14/02/2011

À DESCOBERTA DE ISRAEL - O QUMRAN.

“A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices [...] são mais desejáveis do que ouro, [...] em os guardar há grande recompensa [...] Para mim vale mais a lei que procede de tua boca do que milhares de ouro ou de prata” (Salmo 19.7,10-11; Salmo 119.72).
Muhammad estava nervoso e inquieto. Uma cabra do seu rebanho tinha fugido. Ao vaguear sem rumo longe do rebanho e dos seus amigos, o beduíno chegou a uma caverna que ficava mesmo no cimo do monte e dava de frente para a costa noroeste do Mar Morto. Por pensar que o animal desgarrado tivesse perdido dentro duma das tantas grutas, o jovemm beduíno começou a lançar pedras pelas entradas das grutas a fim de fazê-la sair lá de dentro. Ao lançar uma pedra ele ouviu um ruído da pedra que batia em peças de cerâmica, ficou intrigado. Será que lá dentro da caverna poderia haver um tesouro escondido? Nervoso mas curioso, correu até à entrada da caverna, porém, no interior dela não encontrou ouro, nem prata, apenas ânforas grandes e antigas ao longo das paredes, as quais continham rolos de pergaminhos rasgados e outros intactos. Ele pensou: “pelo menos os pergaminhos de couro vão servir para fazer correias e tiras de sandálias”. Lamentavelmente, Muhammad não conseguiu perceber a real importância daquele momento. A teimosia da sua cabra levou àquela que pode ser considerada, nos tempos modernos, a maior descoberta de manuscritos: uma incalculável reserva entesourada da Palavra escrita – os Manuscritos do Mar Morto.
Beduínos não marcam o tempo como os ocidentais, mas assemelham-se aos seus antepassados; a sua concepção do tempo e momento está relacionada com outros acontecimentos. Assim, não se pode datar essa descoberta com precisão. Após uma revisão, a nova data para a descoberta do primeiro rolo de manuscritos é a de 1935 ou 1936. A partir de então até ao ano de 1956, muitos outros manuscritos foram encontrados. Acredita-se que esses manuscritos sejam de datas diferentes, as quais variam do século III a.C. até ao século I d.C. A maior parte deles foi descoberto numa caverna de formação calcária em Qumran, situada exatamente a noroeste do Mar Morto. A maioria dos pergaminhos é escrita em hebraico; o restante deles é escrito em aramaico e grego. Foram encontrados mais de 900 documentos, que correspondem a 350 obras distintas nas múltiplas cópias. Muitos dos escritos bíblicos e extra bíblicos estão representados em pequeníssimos fragmentos. Só numa caverna foram encontrados 520 textos, na forma de 15 mil fragmentos. Como se pode imaginar, juntar todos esses pedaços de pergaminho na sua respectiva posição para que se faça a tradução tem se constituído numa tarefa gigantesca.

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto confirma aquilo que as pessoas que crêem na Bíblia sempre souberam, ou seja, que a Bíblia, tal qual a temos na atualidade, é um texto que passa nos testes da autenticidade. Na foto: as cavernas de Qumran.
A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto confirma aquilo que as pessoas que crêem na Bíblia sempre souberam, ou seja, que a Bíblia, tal qual a temos na atualidade, é um texto que passa nos testes a autenticidade. Apesar dos ataques contra a Bíblia, a Palavra de Deus permanece para sempre: “O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; ele é escudo para todos os que nele se refugiam” (2 Samuel 22.31).
Sempre houve pessoas que questionaram a fiabilidade das Escrituras. Uma vez que o texto foi copiado e recopiado ao longo dos séculos, os críticos argumentam que é impossível saber-se com certeza o que os escritores bíblicos escreveram ou queriam dizer originalmente. Os Manuscritos do Mar Morto invalidam tal hipótese ou suposição no que se refere ao Antigo Testamento. Foram achadas entre 223 e 233 cópias das Escrituras Hebraicas, as quais foram comparadas com o texto atual. O único livro do Antigo Testamento que não foi encontrado nessa descoberta é o livro de Ester. É possível que ele esteja oculto numa caverna ainda não identificada de algum lugar isolado.
Antes dessa descoberta, os manuscritos mais antigos das Escrituras Hebraicas datavam do século IX d.C. ao século XI d.C. Tais manuscritos constituem aquele que é chamado o Texto Massorético, termo este originado da palavra hebraica masorah que significa “tradição”. Os escribas judeus de Tiberíades, denominados massoretas, procuraram meticulosamente padronizar o texto hebraico e sua pronúncia; a obra que realizaram ainda é considerada uma referência confiável nos dias de hoje. Os manuscritos de Qumran são, no mínimo, mil anos mais antigos que o Texto Massorético. Na realidade, esses manuscritos são até mesmo mais antigos que a Septuaginta, uma tradução grega do Antigo Testamento elaborada no Egito durante o período de 300 a 200 a.C.

Vasos encontrados em Qumran.
Comparações minuciosas têm sido feitas entre o Texto Massorético e os Manuscritos do Mar Morto. Encontraram-se diferenças insignificantes de ortografia e gramática. Os críticos e cépticos em relação à Bíblia ficaram surpreendidos quanto à maneira pela qual o texto destes manuscritos se assemelha ao texto atual. Eles não encontraram nenhuma objeção evidente às principais doutrinas das Escrituras Sagradas. A parte bíblica da literatura descoberta em Qumran confirma o estilo de expressão verbal e o significado do Antigo Testamento que temos nas nossas mãos na atualidade: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5.39).
Além das cópias das Escrituras do Antigo Testamento, as cavernas do Mar Morto também nos proporcionaram outras obras escritas. Esses documentos descrevem o estilo de vida e as crenças da misteriosa comunidade (os essénios) que viveu na região de Qumran. Embora não sejam escritos bíblicos, são registos valiosos que possibilitam a compreensão do contexto de vida e da cultura na época do Novo Testamento. Infelizmente os estudiosos dão mais atenção a essas obras de menor relevância do que às Escrituras, ainda que os textos bíblicos sejam mais importantes para os problemas da vida, pois o legítimo plano de Deus para a redenção da humanidade só se encontra no texto da Bíblia.

O grande rolo de Isaías, encontrado quase intacto em Qumran.
O Manuscrito do Livro [i.e., rolo] de Isaías encontrado na caverna 1 da região de Qumran oferece um sensacional exemplo da transmissão exata do texto na tradução. Acredita-se que esse extraordinário manuscrito date de cem anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Foi um manuscrito semelhante a esse que Jesus utilizou na sinagoga de Nazaré, quando leu a seguinte passagem das Escrituras: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres” (Lucas 4.18; Isaías 61.1). Ele continuou a leitura até determinado ponto. Em seguida, devolveu o livro [i.e., rolo] ao assistente da sinagoga e sentou-se. Enquanto todos tinham os olhos fitos em Jesus, Ele declarou que aquela porção das Escrituras acabara de se cumprir diante dos ouvintes. Dessa forma, Jesus afirmou claramente ser Ele mesmo o Messias de Deus, vindo ao mundo para conceder a salvação a todo aquele que O receber.
A mesma passagem bíblica traduzida diretamente a partir do Manuscrito do Livro de Isaías descoberto em Qumran (o qual é cerca de mil anos mais antigo do que o manuscrito hebraico [i.e., o Texto Massorético] no qual se basearam as outras traduções), é praticamente idêntica: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque YHVH [N. do T., o tetragrama sagrado em hebraico que se refere ao nome supremo de Deus: Yahveh ou Javé] me ungiu para pregar as boas novas aos quebrantados”. A integridade da reivindicação de Cristo, conforme está escrita nas nossas Bíblias, confirma-se.
É fascinante que os manuscritos achados com mais frequência em Qumran, sejam completos, sejam na forma de pequenos fragmentos, referem-se aos mesmos livros da Bíblia geralmente citados no Novo Testamento: Deuteronómio, Isaías e Salmos. Tal fato desperta um interesse ainda maior à luz das próprias palavras de Jesus concernentes às Escrituras Hebraicas:
“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava que se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24.44).
Muitos outros exemplos poderiam ser citados. O questão principal acerca da Bíblia e desses rolos de manuscritos resume-se naquilo que um grande expositor das Escrituras, o inglês G. Campbell Morgan (1863-1945), certa feita partilhou: “Não existe vida nas Escrituras em si mesmas, porém, se seguirmos a direção para onde as Escrituras nos levam, elas nos conduzirão até Ele e assim encontraremos a vida, não nas Escrituras, mas n´Ele através delas”.[1]
“Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Is 40.8).
Infindáveis argumentações e debates têm surgido acerca desses manuscritos. Contudo, os crentes em Cristo podem estar certos de que tais manuscritos bíblicos antigos ratificam, apoiam e dão credibilidade à Bíblia que temos nos dias de hoje. A Palavra de Deus continua a ser a única fonte legítima da fé e da doutrina para todo aquele que busca recompensa eterna.
“São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa” (Salmo 19.10-11).
Sendo assim, pobre Muhammad! Ele tinha esperança de encontrar os tesouros deste mundo, mas achou apenas pergaminhos em mau estado que só prestavam para fazer correias de sandálias! Infelizmente o lucro deste mundo é uma prioridade que absorve a pessoa completamente. O mundo considera as Escrituras Sagradas como algo sem valor; ou com alguma utilidade, de vez em quando, para serem citadas como “palavras de circunstancia”, mas nunca para serem aceites pela fé e praticadas. Todavia, nós, os que cremos em Cristo, temos um conhecimento mais apurado. Temos conhecimento suficiente para não desprezar o tesouro verdadeiro e incalculável que só pode ser descoberto quando se faz uma escavação no solo da Palavra de Deus:
“E, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus” (Provérbios 2.3-5). (Peter Colón - Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)
A Mais Antiga das Antiguidades.
A cópia mais antiga das Escrituras do Antigo Testamento conhecida até o dia de hoje foi descoberta em 1979. São dois minúsculos rolos de manuscritos feitos de prata, que eram usados como talismãs e foram descobertos dentro de um túmulo em Jerusalém. O texto de sua inscrição foi cunhado em hebraico antigo. O manuscrito, surpreendentemente, continha uma citação da benção sacerdotal registada em Números 6.24-26:
“O Senhor te abençoe e te guarde;o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz”.
A inscrição data do século VII a.C., por volta da época do templo de Salomão e do profeta Jeremias. Portanto, esses versículos, provenientes do quarto livro da Torah [i.e., do Pentateuco], são cerca de 400 anos mais antigos do que os Manuscritos do Mar Morto.
Nota:
1. Citado na obra de Leon Morris, The Gospel According to John, Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1971, p. 331, nota 116.

13/02/2011

O COSTUMES DOS PATRIARCAS



Jóias encontradas nos túmulos de Ur são de um requinte notável.
Em cima um colar em pedras preciosas.
 
Muitos sábios afirmaram que os relatos dos patriarcas datavam de uma época mais tardia, sobretudo da época dos reis, cerca de mil anos depois da data proposta pela Bíblia. No entanto, os textos descrevem numerosos costumes que não correspondem à época dos reis. Na verdade, há inscrições da Mesopotâmia em escrita cuneiforme que dão testemunho desses costumes a Norte da Mesopotâmia na época dos patriarcas bíblicos.
Génesis 15:2 conta como Abraão adoptou alguém como herdeiro, uma vez que ainda não tinha filhos e já era de idade avançada. Isso era vulgar no Norte da Mesopotâmia, no início do segundo milénio antes da nossa era. O herdeiro adoptivo devia cuidar do casal envelhecido e recebia então a herança quando eles morressem. No caso de, apesar de tudo, nascer um filho, este era, obviamente, o herdeiro principal. Tudo isso correspondia bem ao relato dos patriarcas, mas esse costume não se encontrou em épocas mais tardias.
Frisos representando uma caravana
com gado, no tempo de Abraão.
Um outro costume conhecido na época patriarcal permitia à família da esposa dar-lhe uma criada. Se se desse o caso de a esposa ser estéril, aquela podia ser apresentada ao marido. Um filho que viesse de uma união destas era considerado como filho da esposa. Foi o que fez Sara com Agar em Génesis 16:1-16. Raquel e Lia fizeram o mesmo em Génesis 30:3,9. Se, mais tarde, a própria esposa dava à luz um filho, o costume não permitia que se mandasse embora o filho da serva. Isso explica as reticências de Abraão em consentir no pedido de Sara para que mandasse embora Agar e o seu filho Ismael.
Escrita em cuneiforme que relata
estes costumes
Quando Esaú vendeu o seu direito de primogenitura (Génesis 25:27-34), não fez mais do que seguir um hábito da sua época. Temos um texto que conta como um homem vendeu a sua primogenitura ao irmão mais novo por três borregos.
Poderíamos citar outros costumes que concordam com os relatos dos patriarcas. Mas os exemplos que demos acima batam para provar que a história destes patriarcas é mais do que o fruto da imaginação de um autor do primeiro milénio, e que os seus usos e costumes são realmente o reflexo das práticas no início do segundo milénio antes da nossa era, como menciona a cronologia bíblica.

07/02/2011

ISAQUE E JACOB

Restos de uma das portas da cidade antiga de
Siquém. Esta porta já existia no tempo de
Jacob
A Bíblia dedica pouca atenção a Isaque, a não ser quando este contacta com o seu pai Abraão ou com o seu filho Jacob. Génesis 26 é o único capítulo que fala essencialmente de Isaque. Uma das actividades importantes de Isaque foi cavar poços na região desértica de Berseba. O texto relata como ele foi expulso muitas vezes pelos inimigos. Escavações recentes feitas em Berseba levaram à descoberta de um poço, muito próximo da muralha, mas no exterior, bastante mais antigo do que própria cidade, que data do tempo dos reis. Embora seja difícil datar esse poço com exactidão, os arqueólogos afirmam que os habitantes de Berseba acreditavam que tinha sido cavado por Isaque. Conservaram-no como um lugar sagrado, assim como a fonte de Jacob em Siquém, preservada até hoje.
Poço de Isaque
Jacob foi o único patriarca que comprou um pedaço de terra perto de Siquém para aí se instalar (Génesis 33:19 – Abraão também comprou um pedaço de terreno, mas como lugar de sepultura; ver Génesis 23). Os arqueólogos não encontraram esse pedaço de terra perto de Siquém. No entanto, descobriram que a cidade de Siquém não foi destruída quando os israelitas invadiram o país. Siquém tornou-se o lugar onde o povo renovava a aliança que Deus tinha concluído com eles no Sinai.
Conclusão:
Este breve estudo do período mais antigo da história bíblica mostrou quão digno de confiança é o relato bíblico, mesmo quando esses acontecimentos se referem a um passado distante.
(convido os meus leitores a estarem atentos, postaremos semanalmente um artigo sobre toda a época dos patriarcas, Deus abençoe a cada um/a em Cristo).

01/02/2011

TIAGO, FILHO DE JOSÉ, IRMÃO DE JESUS

Ela pesa 25 quilos. Tem 50 centímetros de comprimento por 25 centímetros de altura. E está, indirectamente, no banco dos réus de um tribunal de Jerusalém desde 2005. A discussão em torno de uma caixa mortuária com os dizeres “Tiago, filho de José, irmão de Jesus” nasceu em 2002, quando o engenheiro judeu Oded Golan, um homem de negócios aficionado por antiguidades, revelou o misterioso objeto ao mundo. A possibilidade da existência de um depositário dos restos mortais de um parente próximo de Jesus Cristo agitou o circuito da arqueologia bíblica. Seria a primeira conexão física e arqueológica com o Jesus do Novo Testamento. Conhecido popularmente como o caixão de Tiago, a peça teve sua veracidade colocada em causa pelas Autoridades de Antiguidades de Israel (IAA). Em dezembro de 2004, Golan foi acusado de falsificador e a Justiça local entrou no imbróglio. No mês passado, porém, o juiz Aharon Far¬kash, responsável por julgar a suposta fraude cometida pelo antiquário judeu, encerrou o processo com o veredicto a favor da autenticidade do objeto. Também recomendou que o IAA abandonasse a defesa de falsificação da peça. “Vocês realmente provaram, além de uma dúvida razoável, que esses artefactos são falsos?”, questionou o magistrado. Nestes cinco anos, a acção se estendeu durante 116 sessões. Foram ouvidas 133 testemunhas e produzidas 12 mil páginas de depoimentos.
Formam o nome JESUS inscrito
num ossário do século I a.C.,
Especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Rodrigo Pereira da Silva acredita que todas as provas de que o ossário era falso caíram por terra. “A paleografia mostrou que as letras aramaicas eram do primeiro século”, diz o professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). “A primeira e a segunda partes da inscrição têm a mesma idade. E o estudo da pátina indica que tanto o caixão como a inscrição têm dois mil anos.” O professor teve a oportunidade de segurá-lo no ano passado, quando o objecto já se encontrava apreendido no Rockfeller Museum, em Jerusalém.
Durante o processo, peritos da IAA tentaram desvalorizar o ossário, primeiro ao justificar que a frase aí escrita em aramaico seria forjada. Depois, mudaram de ideia e fixaram-se apenas ao trecho da relíquia em que estava impresso “irmão de Jesus” – apenas ele seria falso, afirmaram.
A justificação é de que, naquele tempo, os ossários ou continham o nome da pessoa morta ou, no máximo, também apresentavam a filiação dela. Nunca o nome do irmão. Professor de história das religiões, André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, levanta a questão que aponta para essa desconfiança. “A inscrição atribuiria a Tiago uma certa honra e dignidade por ser irmão de Jesus. Como se Jesus já fosse um popstar naquela época”, diz ele. Discussões como essa pontuaram a exposição em que participaram cerca de 200 especialistas no julgamento. A participação de peritos em testes de carbono-14, arqueologia, história bíblica, paleografia (análise do estilo da escrita da época), geologia, biologia e microscopia transformou o tribunal israelita num palco de tese de doutorado. Golan foi acusado de criar uma falsa pátina (fina camada de material formada por microrganismos que envolvem os objectos antigos). Mas o próprio perito da IAA, Yuval Gorea, especializado em análise de materiais, admitiu que os testes microscópicos confirmavam que a pátina onde se lê “Jesus” é antiga. “Eles perderam o caso, não há dúvida”, comemorou Golan.
Um ossário, encontrado perto do túmulo do "Simon Barsabas" (Atos 1:21
O ossário de Tiago, que chegou a ser avaliado entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões, é tão raro que cerca de 100 mil pessoas esperaram horas na fila para o poder ver no Royal Ontario Museum, no Canadá, onde foi exposto pela primeira vez, em 2002. Agora que a justiça dos homens não conseguiu provas contra a sua autenticidade, e há fortes hipóteses de ser mesmo uma relíquia de um parente de Jesus, o fascínio aumenta.
Royal Ontario Museum, no Canadá.