21/01/2009

COLOSSOS DE MEMNON


Novas descobertas no sítio arqueológico dos colossos de Menmon (Luxor, sul do Egipto):
1- Uma estátua gigante de 3,62 metros da rainha Tiy, mulher do faraó da 18ª dinastia Amenhotep III, que governou de 1427 a 1379 antes de Cristo;

2- Duas esfinges representando o casal real e dez estátuas de granito negro de Sekhmet, a divindade com cabeça de leão.

Os dois colossos reais de 15 metros descobertos em escavações anteriores serão expostos no ano que vem, a 100 metros das duas grandes estátuas que dominam o lugar e que são um dos mais famosos do Egipto.

"Com a instalação dos dois novos colossos e a exposição de tudo que já descobrimos, a percepção que temos do lugar irá mudar totalmente. Vai se tornar um dos museus ao ar livre mais importantes da época dos faraós", – disse a directora do grupo de arqueólogos.

Os Colossos de Menmon, gigantescas estátuas de quartzito, de cerca de 20 metros, que seriam as guardiãs do templo funerário do faraó, que foi atingido por um terramoto no ano 27 antes de Cristo. O templo terá também sofrido a degradação total devido às frequentes cheias do Nilo.

02/01/2009

NOVAS DESCOBERTAS SOBRE OS PATRIARCAS

Hoje conhecemos a língua, a religião, os rituais, graças aos textos encontrados em Nuzi, sobretudo os costumes sociais e Jurídicos. A eles se deve o conhecimento da vida urbana, a arquitectura mais evoluída, o amplo uso do metal, as novas formas de cerâmica, postas a descoberto pela arqueologia em todo o Médio Oriente.

A cidade era povoada pelos Hurrianos, os desde longos tempos desaparecidos Horreus, e os Jebuseus do Antigo Testamento. Os Hurritas eram rudes montanheses que desciam dos montes Cáucaso, atraídos pelas férteis planícies da Mesopotâmia e, talvez, já impelidos por povos Arianos, provenientes do Oriente. É um dos grandes méritos da arqueologia moderna o ter possibilitado conhecimentos sobres os invasores, que de 1700 a 1400 A. C, parecem ser a força principal da Ásia Ocidental e os principais intermediários entre a cultura Suméria-Acádica da Mesopotâmia e do Ocidente.


Os patriarcas provinham desta região do país, e tinham vivido em Harã que era predominantemente Hurrita e Horréia. Mantiveram-se em contacto com estas civilizações durante muitas gerações subsequentes, e devido à falta de leis e costumes próprios por que não se havia escrito o Antigo Testamento, identificam-se muitas vezes com as leis desta região.



A arqueologia do Antigo Oriente, aliás, encarregou-se de confirmar a historicidade das tradições patriarcais. Embora não nos tenha fornecido nenhuma informação directa sobre as vicissitudes dos patriarcas, demonstrou-se, porém, que elas não só se enquadram perfeitamente na história oriental do segundo Milénio A.C., como concordam com os hábitos Sociais e Jurídicos do tempo.A atenção dos estudiosos dirigiu-se, sobretudo a 4000 tábuas cuneiformes, procedentes dos grandes arquivos familiares, escritas em língua acádica, com profundos influxos hurríticos. Com elas pode-se reconstruir o ambiente social e familiar daquela população que viveu em 1400 A. C, e que é muito semelhante à dos patriarcas Hebreus, relatados no Antigo Testamento.


Muito interessantes são os elementos sedentários que os patriarcas hebraicos receberam das populações com que entraram em contacto na alta Mesopotâmia são conhecidas e não relatadas na Bíblia, mas pela exploração arqueológica. O Antigo Testamento fornece-nos a vida do povo de Canaã: Habitantes de Siquém, incircuncisos e por isso não Cananeus (Gén 34:14), denominados Heveus (Gén 34:2) pelo texto Massorético e Hurritas pela versão grega dos Setenta; vem em seguida os habitantes de Hebron e dos arredores chamados Hititas.

Alguns costumes encontrados na antiga cidade de Nuzi pode ser comparado com costumes bíblicos. Entre eles, cinco serão destacados:

(1) O intercâmbio de propriedade, onde todas as transacções tinham a ver com a transferência de propriedade, eram anotadas testemunhas, seladas, e proclamadas na porta da cidade (Gén 23:10-18.

(2) Os contratos matrimoniais, onde incluíam uma declaração de que se podia presentear a recém-casada com uma criada como foi o caso de Lia e Raquel (Gén 29:24,29). O contrato continha um dispositivo que obrigava a uma empregada sem filhos proporcionar a seu esposo uma criada que pudesse Ter filhos como Sara deu Agar a Abraão (Gén 16:3), e Raquel deu Bila a Jacó (Gén 30: 3-6).

(3) A adopção era praticada em Nuzi quando um casal sem filhos adoptava um filho para que este cuidasse deles enquanto vivessem, os sepultassem quando morresse e fosse herdeiro de seu património. Especificavam, porém que se chegasse a Ter filho legítimo, o filho adoptivo perderia seus direitos de herdeiro. Isto parece explicar a adopção de Eliezer como herdeiro por parte de Abraão, antes do nascimento de Isaque, e a mudança subsequente quando o senhor prometeu que lhe nasceria um filho legítimo e este seria seu herdeiro (Gén 15:2-4).

(4) O direito de primogenitura é apresentado em Nuzi como fora de regra também, assim como Jacó recebeu as bênçãos de seu irmão Esaú.

(5) Herança. Em Nuzi existia uma lei no sentido de que a propriedade e a liderança da família podia ser passada ao esposo de uma filha, sempre e quando o pai tivesse entregue seus ídolos familiares ao genro. Assim quando Labão alcançou Jacó e buscou euforicamente em seu acampamento os ídolos familiares, não pode encontrar por que Raquel havia tomado os ídolos do lar, e os tinha escondido e assentado sobre ele (Gen 31:30-35).EscavaçõesAs escavações americanas foram feitas de 1925 a 1931, dirigidas por E. Chiera, E. A. Speiser, R. H. Pfeiffer, R. S. Starr, revelaram doze estratos, que vão da idade calcolítica (4500 A. C) até bronze recente (1500 ?1200 A. C). Um palácio só parcialmente escavado é constituído por um grande pátio central, em torno do qual encontra-se salas de visita, quartos privados, ofícios, armazéns; um templo inicialmente formado por uma cela mostra sete reconstruções.

Do palácio e das quintas privadas, ou casa de gente endinheirada, a equipe de arqueológicos recuperou 20.000 tábuas de argila, que haviam sido escritas por escribas hurrianos na língua cuneiforme babilónica, mas com o emprego ocasional de palavras nativas dos Horreus e dos Hurritas. As tabuinhas consistem de contas comerciais, contratos, informes e sentenças judiciais que revelam o estilo de vida das principais famílias durante quatro ou cinco gerações. É extraordinária a forma como os paralelos entre as narrações patriarcais de Génesis e os costumes e as condições sociais destes povos sustentam precisão histórica da Bíblia.

Vestígios Foram encontrados alguns vestígios em Nuzi, que comprovam por meio das descrições, conceitos usados pelos patriarcas.Vamos analisar primeiro o caso da adopção. Em Nuzi deu-se a mesma possibilidade de que a mulher estéril tivesse filhos da própria escrava: naturalmente com a consequência de não estar mais autorizada a expulsá-los de casa. Uma tabuinha expressa-se da seguinte maneira: “Kelim-Ninu foi dada em esposa a Serima. Se Kelim-Ninu lhe der a luz filhos, Serima não tomará outra mulher da região de Lulu, para a esposa de Serima, e Kelim-Ninu não poderá exortar a que chegou”Dentro desses contratos matrimoniais, incluíam uma declaração que podia-se entregar uma criada para facilitar a vida da casada. É o caso de Lia e Raquel encontrada em Gênesis 29:24. O contrato dizia que obrigava uma esposa sem filhos proporcionar a seu marido uma criada que pudesse gerar um filho, como o exemplo de Sara proporcionado Agar para Abraão (Gén 30:3-6).

Às vezes nascia ao casal um filho legítimo depois que tiveram adoptado um menino. Os costumes de Nuzi antecipavam esta eventualidade ao determinar que um filho adoptivo seria subordinado ao filho legítimo em tais circunstâncias. Podemos ver um caso semelhante: Ismael nasce e quita a Eliezer de sua posição de principal herdeiro, e mais tarde o nascimento de Isaque à esposa de Abraão lhe dava a prioridade sobre Ismael, o filho da escrava.

Há um vestígio importantíssimo, explicando tal citação: “Se me nascer um filho, ele será o primogénito e receberá duas porções. Mas se a mulher de Akabshenni der a luz a dez filhos, então todos serão os herdeiros) maiores, Shelluni torna-se herdeiros secundários) Hss v7.”

Outro exemplo da importância das descobertas em Nuzi é os relatos antes da morte. Podemos destacar a expressão ouvida dos lábios do velho Isaque: “Estou velho e não sei quando vou morrer (Gen 27:2)”, era em Nuzi uma forma técnica, que acompanhava uma solene declaração e possuía determinadas finalidades socil-jurídicas; ela exprimia a última vontade de um homem antes de sua morte. “As decisões do pai no leito da morte tinham em Nuzi importância especial Certo Tarmiya apresenta-se aos Juízes e diz: “Meu pai tomou meu caso, os filhos mais velhos casaram, tu, ao invés, não. Por isso dou-te por esposa Sululi-Ishtar” (AASOR, XVI, 56)”
Nuzi apresenta outros vestígios, porém os de mais relevância para esclarecimentos Bíblicos foram já citados.

Esta pesquisa não é um apoio aos actos ético-jurídicos cometidos pelos patriarcas bíblicos, mas sim uma comprovação histórica pela arqueologia que eles existiram.